Em Mendonça (2018) abordei a seguinte questão: assumindo que a teoria tradicional da informação semântica está fundamentalmente correta, como é possível aprimorá-la de modo a reconhecer que ao menos algumas verdades lógicas são de fato informativas na medida em que os agentes racionais podem não conhecer de antemão a sua validade? A resposta a essa questão dependeu, em primeiro lugar, da constatação de que há, por vezes, um hiato entre nosso conhecimento das condições de verdade de uma sentença e a nossa competência linguística com respeito a ela. Esse hiato faz com que, em especial, por vezes não saibamos que as condições de verdade de uma dada sentença -- uma verdade lógica -- é a coleção de todos os modelos da linguagem. Em segundo lugar, procurei formalizar essas ideias em termos de um sistema de lógica não-clássica (a semântica urna de Veikko Rantala) suficientemente plástico para capturar diferentes leituras particulares do hiato epistêmico-semântico. A despeito desses resultados, algumas questões de fundo permaneceram insuficientemente exploradas. Em especial a seguinte questão exige maior atenção: qual leitura particular do hiato epistêmico-semântico é a correta? Nessa apresentação, avalio algumas propostas presentes na literatura e avanço uma própria em termos da noção de norma semântica.